sábado, 27 de agosto de 2011

ALENTEJO NO NORTE DO ALENTEJO

Charneca!
Pela agreste que nos ouvidos, soa plena de aridez e de rudeza.
Lembra
a secura da Planície.

A amargura insipidez de tanto quadro semelhante.

Charneca!
Charneca lembra a terra dura.

O campo ressequido ao sol ardente.
A campina a desbroar-se em ermo e solidão.

Charneca!
Lembra o silêncio perturbador do descampado.
O pavor da distância indefinida.
A monotonia da planura sem fim.

Charneca!
Lembra a natureza impregnada de mistério,
criando em nós a magia da amplidão a da quietude.

Charneca!
Lembra a vastidão do mar. A turva imensidão do mar!
Mar a que não faltam ondas,
quando a ventania corre, à deriva, pelas searas.

Charneca!
Lembra a aspereza dos cenários.
Rudes cenários, em que, fatidicamente,
mourejam tantas almas simples -
- gente que tem a vida na vida da própria terra.

Charneca!
Lembra a alma impressionante dos "montes",
habitações qgachadas, espalmadas nas Planície!
Casas pequenas, onde, à noitinha ,
se recolhem famílias que labutam,
uma vida inreira,
nos campos incomensuráveis.

Charneca!
Lembra o suplícido do arvoredo.
A dor marcada nos retorcidos troncos dos místicos sobreiros.
Solitários monges da Charneca!
Monges martirizados que parecem fitar,
de braços entrelaçados e resignados,
a curva azul do céu,
- "gritando a Deus - como diria Florbela -
a bênção de uma fonte!"

Charneca!
Lembra o olhar infinitamente nostálgico
e extático dos bois.

O olhar lânguido e mormo que eles entornam
pelas imensas várzeas ondulantes.

Charneca!
Lembra os montados. as manadas. Os rebanhos.
Lembra os pobres ganadeiros
que vêm nascer e morrer
gerações de animais
que se habituaram a estimar
HOMENS que se esquecem de tudo à sua volta,
dos dias da semana como os meses do ano,
sabendo apenas em que altura cai
o S. Miguel ou o S. Mateus,
porque o patrão lhes dará um fato novo..................

in "HORÁCIO NOGUEIRA - HÁ VIDA na CHARNECA" - 1956

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ALPALHÃO ULTRAPASSA O GAVIÃO

"Do estudo - Temas Etimológicos - inserto no Boletim de 1976 do C.D.C.R., do já consagrado Toponimista António Augusto Batalha Gouveia, vamos transcrever o que escreveu a respeito de Alpalhão.

"Se o topónimo ALPALHÃO mantém intactos raízes primitivas e tudo parece indicar que sim, então posso adiantar que o mesmo procede das vozes anteriores AR-BAR-UM modificar nas variantes diacrónicas AL-BAl UM, AL-BAL-OL e AL-PAL-ON.

Vou seguidamente examinar cada um dos morfemas inclusos na locução ARBARUN.
A voz AR que por vir do abrandamento de vibrantes se sonorizou, AL, denominava, num remoto estado linguístico, o ESPÍRITO ou a ALMA.

O morfema BAR remonta à voz semítica BA, cuja a aspiração vocálica foi com o advento da escrita notada pelo signo correspondente ao nosso H e daí a grafia BAH.
Este BAH sofreu diversas mutações fonéticas decorrentes da referida aspiração surgindo assim os cognatas BAR, BAL, etc.

Na sua passagem para o indo-europeu a labial sonora B permutou com a surda P, originando deste modo os cognatos PAH (em que o "h" tem aqui o valor fonético notado pelo "êta" (grego) PAR, PAL, etc....

O BAH semítico denominava simultâneamente o PAI divino e o MAR. O vocábulo árabe para "mar" apresenta, no nosso alfabeto, a grafia BAHR.
Caso particularmente interessante é o dos vocábulos portugueses "mar" e "mãe" provirem da mesma raiz indo-europeia MAH significativa de "Grande".
Quer isto dizer que a grafia actual "Pai" com "i" carece de apoio etimológico, porquanto este nome evoluiu paralelamente à voz "MÃE".

O morfena Turano indo-europeu UN, que representava a voz original "U" significativa de "Primogénito divino", "Filho de Deus" e "Homem" sofreu várias fonatações fonéticas filhas do génio próprio de cada idioma, passando a soar OM em sânscrito e On nas línguas germânicas. Do OM em sânscrito derivaram os gregos a palavra "OMOS" (o mesmo), espécie que os latinos importaram para com ele denominarem a nossa e (Homo, port. Homem).

Os vedas conservaram a voz Un, como se pode verificar no livro 10-129 do Rig-Veda que verto para português:

"No princípio não existia o ser nem o não ser;
Não havia espaço nem firmamento.
Qual era o seu conteúdo? Onde estava e quem o guardava?
O que era a água profunda, a água sem fundo?
NEM a morte nem a não morte existiam nesses tempos;
Nem sinal distinguia a noite do dia.Encerrado no vazio, o "UN" respirava mutuamente; As trevas envolviam as trevas".

Sendo o BAR o "Pai" ou o "MAR" e UN o primogénito divino gerado pelo "mesmo" resultou daqui a arcaica concepção religiosa, e ainda vigente, de que Deus e o Homem, o Pai e o Filho, eram duas naturezas numa só e que ligados pelo Espírito consubstanciavam as três essências divinas, isto é, tornaram-se ao mesmo tempo no Deus Uno e Trino.

Quando a crença nas divindades marinhas cedeu perante o panteão celeste, a direcção UN confundiu-se com a voz AN, outro cognato de "ESPIRÍTIO" que passou a apelidar o Deus do Céu assírio-babiliónico.

Os gregos formaram a palavra "homem" prospondo a voz AN a raíz asiânica THUR (um dos cognatos do nome "DEUS" : DIUR, DIUSS, DEUS) que corrompida por metátese se transformou em THROS e daí a dupla direcção ANTHROS e ANDROS (Espírito de Deus).

A voz cognata de ANTHROS, ANTHOS, que primitivamente tinha o mesmo significado, foi empregado pelos gregos para denominar a "FLORA"entrando o onomástico lusitano sob as formas equivalentes ANDO e ENDO.

Esta última foi anteposta ao tema latino Bélico ou Vélico (guerreiro) passando a apelidar o deus lusitano Endobélico ou Endovélico (Espírito de Deus guerreiro) corresponde ao Ares Grego, ao Marte romano e ao português S. Jorge.

Endobélico ou Endovélico era, entre nós, um deus tópico, isto é, o seu culto circunscrevia-se a uma área geográfica que tinha ALPALHÃO no seu aro. Situava-se o seu santuário no Monte de S: Miguel da Mota, perto de Alandroal.

Este último topónimo é revelador do "ubi" de Endobélico, dado que Alandroal decompõe-se nas vozes AL-ANDRO-AL, sendo este o sufixo designativo de "Terra " "Campo" "Área" "Recinto", etc., logo Alandroal encerra a significação primitiva de "Terra de Espírito de Deus Guerreiro", Endovélico, tal como Jeová era o "Senhor do Exército Lusitano".

Resumindo tudo quanto venho de dizer, temos que o toponómio ALPALHÃO procede de voz anterior, a qual corresponde a significação etimológica do "ESPIRITO DO PAI E FILHO DIVINO", ou o que é o mesmo "ESPÍRITO DE DEUS".

domingo, 21 de agosto de 2011

A ZONA DE CONFLUÊNCIA DAS DUAS ORDENS RELIGIOSAS EM AREZ

Ares situava-se numa zona de confluência de 2 Ordens Militares Ordem do Hospital como o atesta o marco da Urra.
Em 1232, por doação régia de D. Sancho II, o domínio hospitalário alargou-se consideravelmente para Sul, passando a integrar as vilas de Amieira, Gavião e Crato. As obras promovidas pela Ordem, neste último aglomerado, que viria a ser a sede da instituição, são conhecidas e tiveram lugar imediatamente após a doação de 1232.
No entanto, a vila de Amieira, cuja posse se integra na mesma conjuntura, foi dotada de um castelo já muito tarde, sensivelmente um século depois de passar para as mãos dos Hospitalários. A sua construção ficou a dever-se a Álvaro Gonçalves Pereira, filho bastardo do bispo D. Gonçalo Pereira, prior da Ordem do Hospital e pai do futuro condestável do reino, Nuno Álvares Pereira. Foi, ainda, a este último que se deveu a transferência da sede da Ordem, de Leça do Bailio para o Crato (1356), circunstância que levou toda a estrutura hospitalária para o coração do seu principal domínio fundiário.
O castelo da Amieira explica-se nesta conjuntura renovadora do papel e da acção da Ordem. Três anos depois, D. Pedro I visitou a fortaleza, cujas obras deviam estar já bastante adiantadas, apesar de só terem sido formalmente concluídas em 1362.
O próprio Álvaro Gonçalves Pereira manifestou grande cuidado na construção e evolução deste castelo, aqui falecendo em 1375. De acordo com os estudos de Mário Barroca, que aqui seguimos, o castelo da Amieira é o protótipo de castelo gótico português. O castelo possuía ainda dois níveis de defesa complementar, referidos na documentação do século XIV: um fosso, de que não resta, hoje, grandes vestígios e uma barbacã ao redor da fortaleza, que formava um segundo patamar de difícil transposição em casode cerco. A fortaleza sofreu várias modificações nos séculos posteriores.
Nos reinados de D. João II e de D. Manuel, há referência a obras, provavelmente de adaptação da estrutura às novas exigências da guerra. Simultaneamente, serviu de prisão, função determinada pela excelência do projecto arquitectónico.
Adossada a uma das torres, mas fora das muralhas, a Capela de São João Baptista data de 1556, conforme inscrição sobre o portal principal. Perdida a função militar, pelo afastamento das linhas de fronteira, o castelo decaiu de importância. No século XVIII, grande parte das antigas estruturas estavam abandonadas e parte da fortaleza havia sido adaptada a residências civis. Por essa altura, a torre de menagem foi alvo de um parcial projecto de recuperação, mas pouco mais se fez para reverter a funcionalidade militar de um dos nossos principais castelos góticos.
Em 1232 a vila do Crato é doada aos Hospitalários.
O governo pretendia consolidar a fronteira leste na Beira Baixa e norte do Alentejo e dilatá-la para sul. Hospitalários e Templários lutam de armas na mão pelos marcos das suas propriedades.
Em 1230 estala uma guerra entre o alcaidee concelho da Covilhã contra os Templários de Castelo Branco.
Mas pensamos que nessa zona haveria já um esboço de sistema defensivo”.
Assim, verificamos que a implantação geográfica da vila de Ares, não terá sido por acaso, uma vez que já na Carta de Delimitação do Foral de Marvão, existia a referência à “Turre de Ares”, como forma de identificar o limite e a situação estratégica de vigia, com a existência de uma torre, na zona onde iria servir de divisão às duas Ordens Militares.
"Arez da Idade Média à Idade Moderna: um estudo monográfico Leitão, Ana Cristina Encarnação Santos Tese de mestrado em História Regional e Local apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2008 http://catalogo.ul.pt./F/?func=item-global&doc_library=ULBO1&type=O38doc_number=OOO546695
http://hdl.handele.net/1045/1738"
A doação de Belver aos Hospitalários insere-se na política seguida pelo nosso segundo rei de atribuir a esses “profissionais de guerra, que eram os cavaleiros das Ordens Militares, regiões fronteiriças sensíveis, numa altura de ataques violentos levados a cabo pelos Almóadas.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

FREGUESIA DE AREZ

" I - De Portugal Antigo e Moderno, de Pinho Leal Vol. I - Pág. 238: "Querem alguns que o nome que lhe foi dado por os bons, puros e salutíferos ares que há aqui".

II - De Domingo Ilustrado - Vol. III - 1898 - Pág. 523: "Provém-lhe o nome dos bons, puros e salutíferos ares que nela se desfrutam".

III - De Informação Particular de 1941, do Dr. Joaquim da Silveira: " No foral de Marvão de 1226, fala-se já "come de Ares" (- ês). Creio ser um topónimo estrangeiro importado por ocasião do repovoamento e colonização do Alentejo. Em Espanha há Arés nas províncias de Alicante e Lérida, Arés del Maestre na de Castellon de la Plana. Em Itália há Arese (Milão).
Outros topónimos italianos e espanhóis para cá foram transplantados.
A ortografia oficial manda grafar com Z e não S, o topónimo citado, mas pela explicação do erudito toponimista deveria ser escrito com S".

IV - Da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira - Vol.XXXVIII - Apêndice - Pág. 514:
"O Topónimo AREZ costuma também aparecer ARES (e daí ter-se interpretado como alusão aos bons ares da localidade, o que é inaceitável, ainda a ser correcta tal forma algum dia), e é de crer que se relacione com o nome comum Arentius, de acordo com os vestígios de romanização na região de Nisa, especialmente Nisa-a-Velha, não afastada de AREZ".

V - De Esboço Monográfico de Arez - Povoação do Concelho de Nisa - Algumas notas para um bosqueio etnográfico de cariz económico - social em ordem ao estudo de um território denominado por antonomásia, região das areias no Alentejo Alto (Relatório de Estágio pelo médico-veterinário Dr. José Fazendas Louro Chambel, Lisboa - 1972 - Págs. 28/31).

Antes de transcrever as palavras respeitantes à etimologia , do citado trabalho, que apenas se encontra dactilografado, é uma pena que não seja passado a letra de forma, para ser devidamente divulgado, e ficaria a ser mais uma achega para a história geral do País, porque esta, como se sabe é formada pelas histórias locais.
Além disso, afreguesia de AREZ, ficava a possuir a sua monografia isto é, a sua história que, estou certo seria um precioso auxílio para estudos não só dos presentes como ainda dos vindouros.
Passo agora a transcrever as palavras do referido livro respeitantes à etimologia de AREZ.
"AREZ, (ou ARES) é uma povoação do concelho de Nisa, situada a 7,5 Kms desta vila para Oeste; dista 10 Kms da estação de Vale do Peso, no ramal de Cáceres; 40 kms de Portalegre, sede de distrito e 11 Kms do Tejo (Barca d´Amieira).
De prosaica aparência, pouco tem de notável a olhos turistas e desprevenidos. Como tantos outros aglomerados populacionais de porção norte do ALentejo, passará facilmente despercebida, sobretudo a quem cruzar velozmente, de motor nervoso e roncante em busca de melhor poiso para o ócio e outros afazeres.

A aldeia é cindida, a meio, por uma importante estrada, baldeando a toda a hora um sbstancial movimento rodoviário de Lisboa, Ribatejo e Alentejo para as Beiras e vice-versa, o que lhe confere uma falsa representação de progresso, aliás, um pouco à guisa de Tântalo: vendo-o, quase nada usufrue dele; servindo, jaz des-servida, apenas uma fugaz afora ruídos impertinentes e fumos fedorentos que mal presumo - serão em tudo nada toxígeneos.

Mas no arrepjo do progresso, retrogrademos todavia ao longe do tempo e, não recusando o braço à fantasia,mergulhemos nas incomensuráveis e nublosas regiões da História e da Lenda, prescrutando "à vol d´oiseau" o que a nossa curiosidade pode encontrar...
Donde proveio o nome desta antiga povoação? Quais as suas origens? Que testemunhos do passado existem que comprovem a asserção da sua alta antiguidade?
Comecemos por apresentar uma lista de nomes e apelidos, usados desde os nossos mais remotos avoengos, qu, de algum modo, nos parece interessante relacionar com o topónimo AREZ.
No que concerne à legitimidade desta conexão, que os filologistas nos revelam o descaro.

- ARIAS, hoje AIRES, bastante usado em documentos antigos (existe aqui, um tema germânico: ar -).
- Airam (séc. XII) hoje Airão, de Ariani.
- AREZ (nome judeu) in Gil Vicente (Diálogo de luus tres judeos e dous centurios sobre ressureyção.
- Araos.
- Araos.
- Araes
- Arones (de Áron).
- Aruncio.
- Aro (cercania da povoação) - do lat. aruum - campo de lavradio.
- Ares - Marte "...sacrificavam (os lusitanos) um bode a Ares e os prisioneiros e cavalo"Estrabão".
- Arebtius - deus Arencio.
- Ario - outras formas: Arius, Areus.
- Ariz -
- Arrezo (cidade da Toscana)
- Ares - topónimo (concelho de Ponte da Barca).
- AREZ- antiga cidade da Lusitânia (perto de Alcácer do Sal).
- Aires - lugar histórico romanoARENTIS (Torres d`Ares) - Algarve).
- Arez - árabe, existe um lugar em Gaza (Médio Oriente).
- Aires - apelido e nome de lugar; abunda no Alentejo


- Que bases haverá o Abade Augusto Ferreira (2) para derivar AREZ de Aresius,ii - Aresio (nome de um santo)? Ou, simplesmente, "...o nome lhe foi dado por os bons, puros e salutíferos ares que há aqui"(3)?
Contudo "não deve haver dúvida de que o povoamento do território desta freguesia deve ascender, não apenas a antes do séc. XII, isto é, à denominação arábica efectiva, mas às referidas épocas (pré-romanas e da romanização). Talvez se relacione com elas o velho topónimo AREZ, talvez arabicamente influênciado... O toponómio AREZ costuma também aparecer ARES (e daí ter-se interpretado como alusão aos bons ares da localidade, o que é innaceitável, ainda a ser correcta tal forma algum dia) e é de crer se relaciona com o nome romano Arentis, de acordo com os vestígios de Nisa-a-Velha, não afastada de AREZ (4).
Sem pretendermos aventurar-nos nas areias movediças da hipótese, não queremos deixar de referir alguma coisa do que se sabe (ou se julga saber) sobre Aritium ou Arício, misteriosa e importante cidade romana, de cuja a notícia os autores têm encontradas notícias, e "há a mencionar uma povoação que nos textos e numa inscrição romana é designada pelo nome de Aritium Vetus situada, segundo parece na margem esquerda do Tejo (5).
Em 1659 foi achada, em Alvega, uma placa de bronze, onde se gravou em latim, o juramento prestado ao imperador Calígua pelos habitantes de Aritium Vetus. A placa desapareceu e apenas icaram cópias da inscrição. Apresentava quatro orifícios, um em cada ângulo, pelo que se presume, deveria estar aposta em edifício ou sítio público.
Dadas as suas diminutas dimensões (1X25 palmos) e o facto de ter sido encontrado "...em uma ribeira próxima", não prova suficiência, suposição de Jorge Cardoso, que a localizava em Alveza.

Todavia, parece que existiu outra cidade designada por Aritum Praeetorium.
Não são unânimes os historiadores e Aritum figura como tendo existido em vários locais: Abrantes, Benavente, Etc"

O BLOG "ALENTEJO no NORTE" DIZ A ALEXANDRE DE CARVALHO COSTA..... O MELHOR SEU ESCRITO E TRABALHO ATÉ AO MOMENTO....

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PODE NÃO SER ASSIM MONTE DA PEDRA

O blog "ALENTEJO no NORTE" algumas coisas tem vindo a escrever sobre o vosso povo e a vossa gente. Não pode dizer que é fácil. Isto de fazer investigação não deixa de ser um acto muito solitário. As fontes não abundam na zona. A informação está muito dispersa ou assim muito desprezada. Uma coisa que podia unir uma sociedade local. Políticos até ao presente assim dormindo como uma bela adormecida. Nem Presidente da Republica Portuguesa em dois anos, se diga dois peripéritos, sobre a defesa do património em duas presidências abertas, conseguiu acordar a bela adormecida...

Hoje, estando mexendo nuns papéis, se diga, "Pinho Leal, Portugal Antigo e Moderno", vos deixa:
"MONTE-CHAMIÇO - freguezia, extincta, Alemtejo, concelho e 10 Kilometros do Crato, comarca de Niza, 180 Kilometros ao S.E. de Lisboa.
Em1757 tinha 25 fogos.
Orago S. Sebastião, martyr.
Era do grão-priorado do Crato, hoje anexo ao patriarchado-- Districto administrativo de Portalegre.
O grão-prior do Crato apresentava o cura, que tinha 50$000 réis de renda e o pé d`altar."

Não se pretende, eu assim o blog não o pretendo fazer um branqueamento de vossa história. Na sua opinião chama a vossa consideração para o facto de que a Vila do Sourinho é capaz de ter muito mais a ver com a origem do vosso passado e povo...

Até uma próxima se o permitires o blog assim vos diz...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A GÁFETE

A Vila teve a designação de: Vila Nova de S. João Baptista de Gáfete.
O "termo" era pequeno, tinha apenas uma légua e meia de comprimento por uma légua de largura. Mas o lugar de Gáfete , mereceu passar a ser uma Vila!


Em 1758 já tinha 207 "vizinhos", nome que se dava às famílias que constituiam a Vila de Gáfete, e uma população de 569 almas (pessoas).

A Igreja Matriz, bom templo de uma só nave, fica no centro da Vila. Notável o Altar - mor, em talha dourada que foi feito no século XVII (setecentista). Além disso tinha-mos 5 ermidas: S. Pedro, Sto António, Espirito Santo, S. Marcos e a de Santa Catarina, esta já destruída.

No século XVIII, Gáfete tinha uma albergaria para pobres e peregrinos que iam de passagem.

A Misericórdia, cuja Igreja é pequena (capela do Espirito Santo), tinha nessa época 80$000 réis de renda.
Só uma última nota para vermos a importância que Gáfete tinha no século XVI. No recenseamento mandado fazer por D. João III em 1532 viu-se que Gáfete tinha na altura 105 moradores e Tolosa só tinha 42 moradores.
(Notas recolhidas pelo professor Viriato Nunes Crespo, através do professor Manuel Subtil (Torre do Tombo 105 Gaveta 5 - Março 1, nº 47))

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O VERBO OU O NASCIMENTO DA VILA DE ALPALHÃO

"top. Anadia. Mação. Nisa. A presença de -p- e o facto de se tratar de uma forma presente não apenas em territórios meriodinais, leva-me a crer na possibilidade de estarmos na presença de forma híbrida, isto é, de mais um caso de artigo arábico ligado a voc. românico. A ser assim, talvez seja um der. de palha". (1)
(1) in " Dicionário Onomástico e Etimológico de Língua Portuguesa, de José Pedro Machado".

"A primitiva e a mais notável sua fundação foi no Monte dos Sete, aí foi esta terra e esta nobre vila, aí foi ela primitivamente fundada...
Hoje, no tempo actual, estas terras de Alpalhão, o blog assim o pensa, acredita que estando lá citando o Pinho Leal em seu Portugal Antigo e Moderno, ela, ela continua situada em uma extensa planície, cercada de muros que não se sabe se ainda vão sendo assim lá tantos com a distância que já lá vai "com o seu castello, sendo este obra de D. Diniz, em 1300, e aquelles de D. João IV, em 1660."
Está tudo desmantelado" e " é regada pelo rio do seu nome" que esta é que não e assim lá muita confusão o blog assim o fica - era uma vez o Pinho Leal".
Não se sabe quem foram os fundadores d`esta villa - assim começa o parente Pinho Leal em seu Portugal Antigo e Moderno -, só se sabe que é antiquissima, pois já existia no tempo dos romanos, com o nome de Fraginum ou Fraxinum.
Outros porém dizem que Fraginum era a actual villa de Gavião e o nosso mui nobre amigo lá continua "Eram seus alcaides-móres e commendadores os marquezes de Arronches (ou de Abrantes). Uns auctores dizem que eram os de Arronches, outros dizem que eram os de Abrantes, no que julgo não haver engano, porque me parece que os últimos herdaram a casa e o título dos primeiros... "

sábado, 6 de agosto de 2011

A IGREJA MATRIZ DE MONTE DA PEDRA

Mas é um templo que convida e oferece um estado de calma. É o mais puro sossego, o encontro com a alma a fazer elogios ao divino. A paz que se encontra numa coisa mais que bela...

É uma escadaria de granito que dá acesso a esta casa e a este templo religioso.
O seu interior que entrando e estando lá dentro é uma nave única que se sente e olhando em frente uma capela-mor e dois altares em uma obra de talha...
Mas o altar-mor tem pilastras rectilíneas o se o sente e frontão interrompido.

E púlpito, de pedra, tem em seu poder as imagens de S. Sebastião, a Virgem com o menino e de S. Marcos. Estas imagens são de pedra policromada e todas do séc. XVI e apresentam algumas dimensões.

No tocante a imagens, a estas atrás referenciadas, no tocante a imagens esta casa religiosa e este templo, este espaço de sossego e fé, no seu interior existe também a imagem de Santo António e a imagem do Cristo Crucificado em madeira policromada.

Mas é uma escadaria de granito a convidar quem passa. Continua convidando e a convidar a partir do séc. XVII... Parece que gosta de todos e sempre com força sempre redobrada ao fim de estes anos todos. Mas que partindo e olhando para trás, a sua fachada é um pórtico e apresenta um janelão e uma empena triangular e tem torre sineira com quatro olhais e uma cúpula cónica pontiagúda, a deixar a saudade para lá voltar...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A CÂMARA DE GÁFETE FOI CHULADA

A indústria da tecelagem caseira teve aqui relativo desenvolvimento, havendo um selador privativo dos panos de Gáfete.
No livro 28 das Chancelarias reais, a folha 52, vem uma carta para as suas tecedeiras terem pesos de ordenação. E no livro 3 das mesmas chancelarias, vem outra carta concedendo a Domingos Afonso a propriedade do ofício de selador dos panos de Gáfete;

Em 1644 a Câmara de Gáfete passou a pagar Fazenda 20$000 réis por ano para as despesas da Guerra da Restauração, isto porque a Câmara de Marvão, que pagava 487$060 réis, requereu para ser aliviada desta sisa e assim aquela quantia foi dividida pelas diferentes Câmaras da Província;


Também o Provedor da Câmara de Portalegre sobrecarregou a Câmara de Gáfete com 1500 réis, isto porque requereu ao Rei D. João V (em 1744) que lhe fosse concedido um subsídio anual para aposentadoria. Foi-lhe concedido o subsídio, que era de 30$000 réis, pago também pelas diferentes Câmaras;
O Ajudante do Sargento - mor do Crato requereu que os 40$000 réis do seu ordenado fosse suportados igualmente pelas Câmaras e lá ficou Gáfete sobrecarregada com mais 48$000 réis.

(Notas recolhidas pelo professor Viriato Nunes Crespo, através do professor Manuel Subtil (Torre do Tombo 105 Gaveta 5 - Março 1, nº 47))
http://aaccrato.no.sapo.pt/gafethst.htm